domingo, 23 de janeiro de 2011

Uma audiência diferente

Atendendo a um pedido especial da Rosinha, vou contar pra vocês uma história.
Há uns 5 anos, eu estava de férias indo pra casa da mamãe, era uma sexta-feira, por volta de 10 da manhã.Óbvio, eu estava de bermuda jeans, uma camiseta com a imagem de Maria, bem surradinha e de rasteira, quando meu telefone tocou e era uma amiga pedindo uma ajuda.
Acontece, que o pai dela, também advogado, tinha uma audiência marcada e ele havia sumido, provavelmente esquecido da audiência, e faltavam alguns minutos para o início.
- Claro que vou! Fui logo respondendo- estou até por perto, mas estou de bermuda, camiseta e chinelo, tudo bem?
E ela ciente de que eu era a única opção, já foi logo me dando o número da vara e os dados da cliente com alguns detalhes da audiência. 
Segui pro TRT e chegando lá, me barraram na porta, tive de mostrar a OAB e rolar um blá blá blá com o porteiro, etapa vencida! 
Subi de escada, não dava pra esperar o elevador, cheguei na porta da sala de audiência, provavelmente também descabelada, já que havia subido 3 andares de escada correndo, e muito, muito ofegante. 
A audiência já havia começado e o juiz olhou com muito espanto e logo perguntou:
- O que significa isso? 
Talvez ele tenha pensado: "quem é essa doida???"
Fui logo me explicando:
- Excelência, o dr. Fulano (acharam que eu ia contar o santo, né? hehehehe) teve um problema com seu carro e não pode vir - foi a primeira coisa que me passou pela cabeça - e eu vim para garantir a defesa dos interesses da Reclamante, diante da urgência não havia tempo para que eu me vestisse adequadamente!
Sentei-me a mesa e fiz a audiência...ufa...resultado: o juiz até hoje me chama pelo nome!!!
Que sufoco...

 

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