terça-feira, 21 de agosto de 2012

A começar em mim...


Agora que tenho três leitores, vou continuar postando adaptações de pregações. 
Na verdade, a que posto hoje é uma continuação da anterior: Família projeto original de Deus, mas o enfoque é outro, é o ser filho. Não trago respostas, principalmente por que não as tenho, mas uma porção reflexões, e, antes que alguém me julgue, principalmente para mim.
Ninguém vive só. Deus nos fez para a vida em comunidade e a família é nossa primeira comunidade, é nossa origem – raiz afetiva e espiritual. Tudo que somos é resultado da nossa família. Deus quando nos fez nos confiou aos nossos pais e a eles investiu autoridade sobre nós. E mais que isso, é o único mandamento seguido de uma promessa.
Na Bíblia, lá em Deuteronomio 5,16 há o único mandamento que vem com uma promessa: 16 Honra teu pai e tua mãe, como te mandou o Senhor, para que se prolonguem teus dias e prosperes na terra que te deu o Senhor teu Deus. E aí vem a pergunta: temos honrado nossos pais? Honrar não significa subserviência, nem humilhação. Mas respeito. Amor. Consideração.
Recordo-me que meu pai me buscava na escola andando de forma engraçada e fazendo piadas. Vinha ao longe cantando: “Meu amor meu cheiro minha cumbuca de tempero” e eu tinha muita vergonha, aquilo me constrangia, mas meus amiguinhos adoravam. Achavam divertido e alegre. E realmente o era. Meu pai fazia isso demonstrando seu amor por mim. Hoje entendo e adoro lembrar. A maturidade me trouxe essa certeza, precisamos entender a dimensão do carinho e das expressões de nossos pais. Expressam-se com aprenderam e como sabem fazê-lo.
O importante é perceber que cada um de nós é o melhor que pode ser. Assim são nossos pais, eles são o melhor que podem ser. Os melhores pais e as melhores mães que podem ser. Talvez não tão bons quanto gostariam de ser. Você já se parou para perguntar por que seus pais são assim? O que houve com eles durante sua vida e caminhada até hoje que os fez ser quem e como são? Somos resultado do que vivemos.
Ainda assim, cheios de cicatrizes e traumas se esforçam para que nós sejamos melhores que eles. Portanto, quando nos sentimos melhores que eles o mérito é todo deles, eles passaram pelo mundo fazendo-o melhor. Deixando pessoas melhores que eles mesmos no mundo.
O fato é que, como humanos, muitas vezes os pais erram, mas erram querendo acertar, ninguém põe em risco um tesouro e é, fato, somos um tesouro para nossos pais. Uns mais e outros menos, mas nunca em tudo.
Os defeitos e mazelas das relações familiares causam marcas e dores na alma, mas Deus tem capacidade de renovar e recriar todas as coisas, não é destruir o velho e fazer o novo, mas de retomar seu projeto original e fazer a sua família como Ele planejou.
Não devemos transferir ao próximo a obrigação de ser melhor, de mudar. A mudança deve partir de mim. A sua mudança pessoal permite que o mundo ao seu redor se transforme. A pessoa agradável é contagiante, todos se alegram em torno dela, inclusive dentro da família: santo de casa pode sim fazer milagres!
Procure entender os “nãos” dos seus pais, busque entender porque eles são como são e quem são. Porque seu pai anda tão chateado e irritado? Será que não é porque não anda podendo fazer as suas vontades? Será frustração por não conseguir ser o melhor pai do mundo? Ou será pelo fato de não conhecer Jesus? Contextualizem as reações de seus pais, procurem entender melhor os porquês das atitudes deles. Muitas vezes são reflexo de histórias que se repetem nas famílias. Mas Jesus pode e quer curar e transformar sua vida. A transformação da sua família pode e deve começar por você! A sua história depende de você.
Não devemos a transferir a ninguém a responsabilidade de sermos felizes. Termos uma vida e uma família melhor. Fácil? Claro que não! Mas o que mesmo na vida é fácil?
Assim, o desafio é: sermos melhores filhos a cada dia, um dia de cada vez e sempre e para todo o sempre!

domingo, 5 de agosto de 2012

Reclamar porque mesmo???




Outro dia tava naquele famoso troca-troca de canal de TV e parei no Faustão. A propósito, ele devia aposentar! Caraca! Chato demais! Voltando... e ele me manda a seguinte pérola: “com a atual crise econômica do Brasil!” Opa! Qual crise mesmo?
Até concordo que o Brasil tem vários problemas crônicos: educação, saúde, ética...mas crise econômica? Cuma? Comentários como esse são resultado de anos de crise. Hábito de reclamar. Incapacidade de elogiar. Tentativa de manipular. Tentativa. Espero que alguns estejam a salvo dessa manipulação.
Há muito a ser feito, há muito trabalho a fazer. O Brasil tá muito aquém do que pode ser. Obrigações minhas e suas, meus 3 leitores, a obrigação de transformar a realidade é de todos nós. E tudo com muito otimismo e vontade.
Mas essa mazela de reclamar não se restringe aos aspectos político-econômicos do Brasil, mas da vida como um todo! Impressionante como é difícil ouvir um elogio! A maioria das rodinhas no trabalho e até mesmo na Igreja o assunto é lamuria: Eita cansaço! Tô quebrado! Meu chefe é chato! Isso é difícil! Trânsito péssimo!  Minha mãe! Minha mulher! Sem contar os que morrem de véspera: não vai dar certo! Não vou conseguir! Eita "reiva" que me dá!
Li na revista Vida Simples deste mês a reportagem “Chega de Mimimi” e é exatamente isso! Chega! Para de se fazer de coitadinha e mãos à obra! A vida não é fácil para ninguém! Ah! Você tem problemas? Surpresa! Eu também! A diferença é como você a encara. Esperar por um super-herói que resolva tudo ou que o caminho vai ser sempre reto e florido é, no mínimo, burrice. As dificuldades na travessia são as causas do nosso crescimento. Eu até tenho meu super-herói, mas Ele não me prometeu facilidade, Ele garantiu que eu conseguiria.
É impressionante como o mundo nos ensina a colocar uma lupa nos problemas! Pior ainda, como isso nos cega! A vida nos ensina focar o problema e não a solução. Tendemos a fazer de cada pequena dificuldade um grande problema! É a supervalorização do problema. Mas cadê as qualidades? A vida é feita de escolhas e cabe a você escolher o que quer ver na vida: seus defeitos ou suas qualidades? Problemas ou soluções? É uma coisa meio Pollyanna mesmo, sem precisar ser alienado, claro!
Um dos meus 3 leitores deve estar pensando: que saco! Auto-ajuda, motivação...Ledo engano, caro amigo! É uma constatação. Você pode e até deve ficar puto de quando em vez, mas ninguém aguenta um reclamão no juízo o tempo todo! Uma pessoa que sabe elogiar e valorizar as coisas da vida é agradável e atraí para si coisas boas.
Nada é pior quando você resolve desabafar e o interlocutor manda: não...mas a minha dor de dente é muito mais doída! Minha prova muito mais difícil! Minha mulher muito mais chata! Talvez isso tenha a ver também com a culpa no prazer e na felicidade...mas isso é tema para um futuro post

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Da série Pérolas de Maria Elisa

Hoje fui do trabalho direto para a Igreja. 
Chegando lá Maria não se aquietava e eu chamei atenção!
Acabada a reunião viemos para casa e surpresa! Um lindo cacho de bananas na fruteira:
- Eita, filha! Quem comprou banana?
- Mãe, meu vô veio aqui hoje almoçar com a gente e trouxe.
- Que legal, filha! E porque você não me contou?
- Ué, você mandou eu não falar na Igreja!


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Família: o Projeto Original de Deus



Estava aqui tentando estudar para uma prova e lembrei de umas pregações que tenho escritas e resolvi adaptar algumas e partilhar com vocês, meus 02 leitores (meu marido e minha sogra, é que meus pais não usam computador!)
Essa fala de família como projeto original de Deus, mas era muito grande e resolvi dividi-la, vou postar só a parte que fala do casal. Não sou “doutora” no assunto, mas há algum sentido no que digo, há alguma inspiração! Boa leitura!
Deus ao criar o mundo projetou para os homens a família, primeira comunidade.
Um projeto nasce primeiro no campo das ideias. Tal qual um projeto arquitetônico que depois origina uma planta e por fim a obra. Deus criou o homem para viver em comunidade e a primeira comunidade é a família. Não são os amigos da Igreja, escola ou da balada, mas a família – em qualquer formato – avós, tios, irmãos.
E esse é o projeto de Deus, que o homem constitua família e se multiplique.
O projeto de Deus vem sendo bombardeado por todos os lados. A mídia – novelas, revistas, filmes – revelam o casamento com algo fugaz. Descartável. Nenhum esforço para manter a relação é válido.
Perdoar passou a ser patético. Sinônimo de fraqueza e a vingança tornou-se o caminho, onde o que faz sofrer torna-se superior ao sofredor. Como se fazer sofrer não trouxesse também pra si uma grande dor. Oposto de Cristo que morreu, morte de cruz, por todos nós.
Suprime-se a fase do namoro, quando os casais deveriam se conhecer, e a relação sexual passa a ser o centro da relação. Quando se casa, aí o sexo vira detalhe. Fato. Há coisas muito mais importantes. A fase de conhecimento que deveria ter sido vivida no namoro é vivida no casamento. E é onde, muitas vezes, o projeto do inimigo prevalece destruindo famílias.
O casamento passa a ser uma disputa e não uma aliança com somatório de forças. A divisão ocupa o lugar da soma. O importante passa a ser ter razão. Cada um querendo que suas ideias e desejos prevaleçam sobre o do companheiro. Ceder tornou-se muito ruim, outra fraqueza. Ridículo. Motivo de piada.
Na verdade, não há fraqueza em perdoar ou em ceder, mas há amor. Onde há amor verdadeiro não há desequilíbrio. Um sendo para o outro suporte. Apoiando. Amando. Insistindo. Acima de tudo, sendo grandes amigos.
Agir assim só é possível tendo o autor do projeto conduzindo a obra. Quem constrói uma casa sem a devida assistência do arquiteto ou do engenheiro? Como edificar um lar sem seu grande Autor? Refazendo-nos a cada erro, levantando-nos a cada queda...tendo a plena certeza de que o outro é sinal do amor de Deus por nós! 


domingo, 1 de julho de 2012

Cabelo branco


Confesso não ser muito fã de vaidades. Unha, cabelo, maquiagem...nossa que preguiça disso tudo! Sinto-me aprisionada por essas regras, especialmente depois que os meus cabelos brancos só se permitem ficar escondidos por rasos quinze dias.
Martírio! Salão de beleza quinzenalmente!
E assim tudo começou, pura preguiça.
Passei 15 dias sem ir, depois viraram 30, depois 60 e hoje 90 dias. Resultado muitos fios brancos à mostra.
Decidi assumi-los. Parei de escová-los e assumi também meus cachos mal ajambrados.
E por que não?
É bem verdade que às vezes me assusto com o resultado, da mesma forma que anseio por saber exatamente como eu sou. Tudo muito antagônico: aparelho nos dentes, algumas espinhas e cabelos brancos!
Desde os 18 anos quando os primeiros fios brancos apareceram me tornei refém da tinta. Anos de Wellatons, Kollestons e etc etc etc...e no bonde tratamentos, xampus, cremes, tinta estraga o cabelo!
O fato é que não sei como sou. Desconheço a minha real aparência.
E junto com essa mais nova novidade, o que mais quero dividir com vocês (se é que alguém lê esse blogue) são as reações das pessoas. Algumas divertidas e outras tristes:
- Chris, toma esses R$ 10,00 para a vaquinha?
- Que vaquinha?
- Pra comprar a tinta do cabelo!
E outra:
- Não! Todo mundo sabe que eu sou mais velha que você! Pinta depressa!!!
E mais outra:
- Doutora, pinte os cabelos! Escove-os! Seu marido é novo, bonito! A sra. tem que se cuidar!
Quando contei essa última pro Elias, ele pediu que eu respondesse que estava testando o amor dele por mim. É mole?
Interessante que por aqui podemos ter cabelos rosa, vermelho e até multicor. Há negras e japonesas de cabelo loiro, brancas de cabelo vermelho, velhas de cabelos muito pretos. Quem liga? Ninguém!
Mas quando uma mulher assume seus fios brancos é como se assumisse sua fraqueza, seu declínio. O grande problema não é estético, é antropológico. Não se pode envelhecer. É proibido envelhecer!
O velho é ruim, deve ser descartado. Vivemos numa cultura onde o velho deve, ao menos, parecer jovem.
E essa regra é machista, os homens podem assumir seus brancos, tornam-se charmosos, mas como que para compensar, alguns tornam-se eternos adolescentes. As mulheres ao contrário, estão condenadas a esconder sua verdade, submetendo-se à cruel indústria da aparência.
Christine Lagarde, diretora do FMI, optou pelos cabelos brancos, pelo que andei lendo por lá, na Europa, isso não é nenhuma novidade e é plenamente aceitável. Não que alguma outra característica dela seja digna da minha admiração. Valendo-me do Kid de Abelha, que a propósito, a Paula Toller nunca envelheceu nem 06 meses, por que não eu? Porque não posso ter cabelos brancos?
Posso e não só posso como quero!
Quero libertar-me da ditadura do novo, da ditadura da tinta, da ditadura da estética.
Acostumem-se, até que EU e somente EU decida de outra forma, meus cabelos ficarão prateados e a não ser seu comentário seja bem divertido e me faça rir, guarde seu preconceito para você!