Desde pequena me atraíam as
letras. Quando eu lia um livro ou assistia um filme, invejava quem teve
capacidade de pensar uma história completa. A escritora que tinha nas mãos o
poder de inventar mundos, relacionamentos, aventuras. A capacidade de levar o
leitor onde quiser. Chorar, sorrir e até gritar. Uma poesia minha foi
selecionada para o livro da escola quando eu era da 2ª série!
Aí eu cresci. Cresci e meus
sonhos ficaram para trás. Como se não coubessem mais em mim, uma roupa apertada
e curta. Mais que isso, esqueci de alguns completamente. Descobri que, na
verdade, eles não ficaram para trás, só migraram da ilha principal para ilha do
sono e um dia um despertador enorme e barulhento tocou e acordou a todos. E
agora? O que eu faria com cada um deles? Uns descartei, eram realmente sem
sentido. Outros voltei a cultivar. Desse cultivo, nasceu o blogue.
Não tive/tenho disciplina para
escrever com regularidade. Passei meses e até ano com o blogue sem postagens. O
que fazer para seguir escrevendo com prazer? Abrindo mão de faxinar a casa, de
ficar navegando na internet à deriva para me dedicar a escrita? Escrevendo para
alguém, já que não tenho disciplina, responsabilidade sei cumprir, prazo então,
nem se fala! Propus a um grupo local escrever o seu site. Não deu muito certo,
não era a pegada do grupo. Aí surgiu a oportunidade de escrever quinzenalmente
para o Geração Mãe sobre temas diversos e, especialmente, cultura voltada para
o universo infantil. Bingo! Já há um ano no ar! Os meus textos não têm recordes
de acesso, mas tem baixíssima rejeição, o que é muito bom.
Além dos textos do blogue, começaram
a surgir histórias na minha cabeça. A primeira que formatei como um livro
nasceu de uma tarde chata e entediante de domingo. Escrevi, formatei com espaço
para ilustrar, paginei, mandei imprimir e gritei:
-Lele, tem um “negócio” pra você
na impressora! – ela amou! Ilustrou e foi muito legal!
Depois dessa delícia de
experiência, comecei a mostrar o livro que fiz pra Lelê para várias amigas do
ramo. Fiquei bolada, todos gostaram. Não levei nenhum comentário a sério,
afinal, eram amigas. A tal lente do amor põe beleza em tudo. Mas também não
desanimei e mostrei meus textos a um editor. Ele topou publicar uma história da
Maria Elisa que reescrevi: “Júlio, um dinossauro muito especial”. Assinei o
contrato e esqueci, parece que o tal sonho voltou para tal ilha.
Passados 6 meses da assinatura do
contrato, recebi um e-mail com o
arquivo do livro. Caraca! E a coragem de abrir? E se o livro estivesse uma bela
porcaria? Sim, eu muitas vezes me boicoto. Até que um dia decidi abrir e foi
uma grata surpresa. Gostei muito do resultado. Pronto, agora era cuidar na
organização do lançamento. Data e local marcados, coração na mão.
A ansiedade me consumiu na
véspera e no dia. Minha cria seria parida e seria exposta às pessoas. Como
seria? O que diriam? A minha amiga Gina Karla me maquiou e penteou. Nem gosto
dessas coisas, mas aceitei e foi bom demais! Fundamental para me acalmar.
Saindo da Gina, olhei para o céu e
cara de chuva, o shopping era aberto, e agora? Como Deus é bom, a Elisabeth
Mota, responsável pelo lançamento junto à livraria, mandou uma mensagem:
- Não se preocupe com a chuva,
tenho um plano B, fique tranquila! – que carinho! Nunca vou esquecer!
Frio na barriga. Sentei na
cadeira e só levantei depois de 105 livros assinados, muitos abraços e muito
carinho de amigos e pessoas que nunca vi. 2h20 sentada e feliz! Foi um dia memorável! Hoje, 10 meses depois, já são mais de 700
exemplares vendidos e muita alegria espalhada com as cores do Júlio. Uma pequena observação, depois do terceiro autógrafo, Lele abandonou a mesa e foi brincar, claro!
E foi assim, no dia 04 de junho
de 2016, eu nasci como escritora.
E você? Já leu o "Júlio, um dinossauro muito especial" publicado pela Franco Editora? Não? corre lá.
O segundinho? Já tá no forno e já já tem mais lançamento!
E você? Já leu o "Júlio, um dinossauro muito especial" publicado pela Franco Editora? Não? corre lá.
O segundinho? Já tá no forno e já já tem mais lançamento!
Eu fui. Fiquei na fila longa da livraria. Depois na outra pra pegar a dedicatoria. Li o livro assim que cheguei em casa. Gosto de escrever, teme. O livro é bonito, embora VOCÊ seja minha amiga. Escrever é uma espécie de libertação!... Parabéns !...
ResponderExcluirJosé Humberto M.de Paula
Você também reclamou da minha letra e ficou até acabar.
ExcluirObrigada pela sua presença, amigo, fez toda diferença!
Foi um dia memorável!!!