Agora que tenho três
leitores, vou continuar postando adaptações de pregações.
Na verdade, a que
posto hoje é uma continuação da anterior: Família projeto original de Deus, mas
o enfoque é outro, é o ser filho. Não trago respostas, principalmente por que
não as tenho, mas uma porção reflexões, e, antes que alguém me julgue, principalmente
para mim.
Ninguém vive só. Deus
nos fez para a vida em comunidade e a família é nossa primeira comunidade, é
nossa origem – raiz afetiva e espiritual. Tudo que somos é resultado da nossa
família. Deus quando nos fez nos confiou aos nossos pais e a eles investiu autoridade
sobre nós. E mais que isso, é o único mandamento seguido de uma promessa.
Na Bíblia, lá em Deuteronomio
5,16 há o único mandamento que vem com uma promessa: 16 Honra teu pai e tua mãe, como te mandou o
Senhor, para que se prolonguem teus dias e prosperes na terra que te deu o
Senhor teu Deus. E aí vem a pergunta: temos honrado nossos pais? Honrar
não significa subserviência, nem humilhação. Mas respeito. Amor. Consideração.
Recordo-me que meu pai
me buscava na escola andando de forma engraçada e fazendo piadas. Vinha ao
longe cantando: “Meu amor meu cheiro
minha cumbuca de tempero” e eu tinha muita vergonha, aquilo me constrangia,
mas meus amiguinhos adoravam. Achavam divertido e alegre. E realmente o era. Meu
pai fazia isso demonstrando seu amor por mim. Hoje entendo e adoro lembrar. A
maturidade me trouxe essa certeza, precisamos entender a dimensão do carinho e
das expressões de nossos pais. Expressam-se com aprenderam e como sabem
fazê-lo.
O importante é perceber
que cada um de nós é o melhor que pode ser. Assim são nossos pais, eles são o
melhor que podem ser. Os melhores pais e as melhores mães que podem ser. Talvez
não tão bons quanto gostariam de ser. Você já se parou para perguntar por que
seus pais são assim? O que houve com eles durante sua vida e caminhada até hoje
que os fez ser quem e como são? Somos resultado do que vivemos.
Ainda assim, cheios de
cicatrizes e traumas se esforçam para que nós sejamos melhores que eles. Portanto,
quando nos sentimos melhores que eles o mérito é todo deles, eles passaram pelo
mundo fazendo-o melhor. Deixando pessoas melhores que eles mesmos no mundo.
O fato é que, como
humanos, muitas vezes os pais erram, mas
erram querendo acertar, ninguém põe em risco um tesouro e é, fato, somos um
tesouro para nossos pais. Uns mais e outros menos, mas nunca em tudo.
Os defeitos e mazelas das
relações familiares causam marcas e dores na alma, mas Deus tem capacidade de
renovar e recriar todas as coisas, não é destruir o velho e fazer o novo, mas de retomar seu projeto original e
fazer a sua família como Ele planejou.
Não devemos transferir
ao próximo a obrigação de ser melhor, de mudar. A mudança deve partir de mim. A
sua mudança pessoal permite que o mundo ao seu redor se transforme. A pessoa
agradável é contagiante, todos se alegram em torno dela, inclusive dentro da
família: santo de casa pode sim fazer
milagres!
Procure entender os “nãos”
dos seus pais, busque entender porque eles são como são e quem são. Porque seu
pai anda tão chateado e irritado? Será que não é porque não anda podendo fazer
as suas vontades? Será frustração por não conseguir ser o melhor pai do mundo?
Ou será pelo fato de não conhecer Jesus? Contextualizem as reações de seus
pais, procurem entender melhor os porquês das atitudes deles. Muitas vezes são
reflexo de histórias que se repetem nas famílias. Mas Jesus pode e quer curar e
transformar sua vida. A transformação da sua família pode e deve começar por
você! A sua história depende de você.
Não devemos a transferir a ninguém a responsabilidade de sermos felizes. Termos uma vida e uma família melhor. Fácil? Claro que não! Mas o que mesmo na vida é fácil?
Assim, o desafio é:
sermos melhores filhos a cada dia, um dia de cada vez e sempre e para todo o
sempre!